Ex-presidente da FPF e da CBF, paraense Coronel Nunes continuou recebendo repasses mensais da confederação mesmo fora do cargo
Um dos nomes mais conhecidos do futebol paraense e ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, voltou ao centro das atenções após revelações do portal LeoDias apontarem que ele teria recebido mais de R$ 3,5 milhões da CBF entre 2022 e 2024, mesmo após sua saída oficial da entidade.
Segundo os documentos obtidos pela reportagem, os pagamentos — que ultrapassam R$ 3.567.720,91 — foram realizados até pelo menos o fim de 2023, com valores mensais na casa dos R$ 100 mil. O mais curioso: a maior parte dos repasses ocorreu após sua saída formal da CBF, em maio de 2022.
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VER OFERTAFontes próximas à CBF informaram que os depósitos foram feitos em contas jurídicas ligadas ao ex-dirigente. Já em 2024, os registros não mostram com clareza como os pagamentos seguiram — mas o nome de Nunes ainda constava como “vice-presidente” da confederação em documentos internos.
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R$49,90 - COMPRAR PRODUTORecompensa política?
As revelações acendem um alerta sobre os bastidores políticos da entidade. Mesmo afastado, Coronel Nunes foi signatário de um acordo com a Federação Mineira de Futebol, homologado pelo STF, que garantiu a reeleição de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF em 2025. A atuação dele nesse contexto levanta dúvidas sobre possíveis acordos em troca de apoio político.
Quem é Coronel Nunes?
Natural de Monte Alegre (PA), Nunes presidiu a Federação Paraense de Futebol (FPF) por duas décadas, até assumir a vice-presidência da CBF em 2015. Em 2017, virou presidente interino da confederação e retornou ao cargo em 2021. Atualmente, vive de forma reclusa no Pará e, segundo pessoas próximas, enfrenta problemas de saúde que afetam sua cognição e locomoção.
Inclusive, um laudo médico assinado em 2023 pelo neurologista Jorge Roberto Pagura atestou que o ex-dirigente sofre de “tontura, ataxia e déficit cognitivo com piora recente”. A informação veio à tona em outro processo, onde Nunes se declarou incapaz judicialmente para tratar de questões relacionadas à pensão de ex-policial militar.
O caso deve alimentar ainda mais os debates sobre a falta de transparência na CBF e o uso do futebol como trampolim político e pessoal de seus dirigentes.
